sexta-feira, 24 de junho de 2011

Médicos da Uerj põem à prova sistema de cotas

Conquista. Formandos da turma de Medicina de 2010 da Uerj, a primeira com alunos cotistas

Os defensores falam em justiça social. Os críticos invocam a meritocracia. No acalorado debate sobre a política de cotas sociais e raciais nas universidades públicas sobram argumentos por todos os lados. Dois pontos permeiam inevitavelmente a discussão: a capacidade dos cotistas em acompanhar o ritmo das aulas e a possibilidade de queda na qualidade do ensino das universidades.

O Estado fez um levantamento no curso mais disputado (Medicina) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a primeira a adotar as cotas no País. No vestibular de 2004, foram aprovados 94 jovens (43 cotistas). Apenas oito alunos - quatro cotistas - não se formaram em dezembro do ano passado, como previsto.

O Estado localizou 90% dos jovens que chegaram à festança black-tie de formatura: 35 eram cotistas; 44, não. O caminho natural, após seis anos de faculdade, é fazer residência, o estágio de dois ou três anos em que os médicos se especializam em hospitais universitários ou da rede pública. O desafio é grande. As provas são mais disputadas que o vestibular. Nelas não há sistema de cotas. Passa quem sabe mais. É a meritocracia em estado puro.

Fazer residência garante não só mais conhecimento da medicina como salários melhores no futuro. Dos 35 cotistas localizados, 25 passaram nas provas. Os outros 9 cotistas nem tentaram entrar para residência. Ou porque não sabiam que especialidade escolher ou porque tinham pressa em trabalhar em plantões e ganhar muito mais que os R$ 2,2 mil da bolsa residência. Médicos recém-formados, mesmo sem especialização e prática, chegam a ganhar R$ 12 mil por mês, um valor inimaginável para a família de qualquer cotista. Entre os 44 não cotistas, 37 estão na residência.

Na maioria dos casos, a forma de entrada na universidade não influencia na escolha da especialidade. Não há, entre os cotistas, uma opção majoritária pela medicina de família, por exemplo, que atende prioritariamente à população carente e é mais fácil de passar. Tampouco há entre os não cotistas uma preferência por especialidades que paguem mais e sejam mais difíceis de entrar. É o caso de dermatologia, garantia de bons salários e zero de estresse com emergências. Nessa turma, duas alunas passaram, uma delas cotista.

"Cotistas ou não cotistas, todos têm uma tendência de procurar especialidades que compensem mais financeiramente", diz o cardiologista Plínio José da Rocha, diretor da faculdade de Medicina. "A gente escolhe a especialidade pelo que gosta de fazer. Não é só uma questão financeira", rebate o paulistano Thiago Peixoto, de 28 anos, cotista e residente de clínica médica na Uerj. Prova disso é que pediatria, que anda em queda entre os jovens médicos, é a especialidade com o maior número de residentes da turma - são 11, sendo 6 cotistas.

A presença dos cotistas na universidade provocou debates acalorados entre os professores, mas o diretor afirma que o curso continua o mesmo. "No início houve receio, mas cobramos igual de todos." Difícil é avaliar se o nível das aulas foi alterado. "Eu não vejo diferença. Mas há todo tipo de opinião entre os professores", diz Rocha.

Não há como negar que a mudança no tipo de aluno mexeu com os professores. Antes de 2002, quando começou a política de cotas, passavam para a Medicina da Uerj apenas a nata da elite que frequenta os melhores colégios. Agora, 45% dos alunos são da rede pública de ensino. A diferença na relação candidato/vaga é cruel.

Entre os cotistas, é de 5,33. Entre os não cotistas, de 55,80. A discrepância influencia na nota mínima para entrar na universidade. Um cotista garante a vaga se fizer 41,50 pontos. O não cotista tem de chegar a 75,75.

A discussão sobre a queda na qualidade do ensino com a entrada de alunos que não acertam nem 50% das questões do vestibular chegou ao Conselho Universitário da Uerj. A questão é emblemática. "Somos uma grande universidade porque recebemos os melhores alunos ou uma grande universidade é aquela que pega qualquer tipo de aluno e o transforma num bom médico?", diz Rocha.

Desempenho. Ainda este ano, a Uerj terá uma pista mais conclusiva sobre a questão. A turma de 2010 fez o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em novembro. É a primeira com cotistas que passa pela prova do Ministério da Educação (MEC) que avalia os cursos de nível superior. No último, em 2007, a Uerj foi a única do Rio a tirar 5, a nota máxima. A prestigiada UFRJ ficou com 4. Seja qual for o resultado, a Uerj mantém sua filosofia. "O espírito desta escola é a formação de bons médicos. Porque até nós temos medo de quem vai nos atender num hospital", diz o diretor.

O sistema de cotas da Uerj

94 vagas por ano para Medicina

45% das vagas são reservadas a alunos que comprovem uma renda per capita inferior a R$ 960

- 20% são para negros
- 20% para alunos de escolas públicas
- 5% para deficientes, indígenas e filhos de policiais mortos em serviço

Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 18 de junho de 2011

Ferlagos debate Norma Culta e ensino de Português


Professores de Português da Ferlagos

Durante a I Semana de Integração da Ferlagos, os professores de português debateram a recenete polêmica sobre um possível livro que o MEC estaria distribuindo com "erros" de português.

Segundo a avaliação de todos os porfessores presentes, a polêmica é totalmente sem sentido. O MEC não distribui livro algum, apenas os credencia para que os professores escolham quais vão adotar. Uma vez escolhidos, os livros são comprados (Programa Nacional do Livro Didático) e distribuídos às esolas, para que os alunos os utilizem por, pelo menos, três anos.

Além disso, o livro "Por uma vida melhor" é destinado ao Ensino de Jovens e Adultos, ou seja, não se propõe a ensinar a fala a ninguém. Para os professores da Ferlagos, o livro está de acordo com a Linguística (ciência que estuda a linguagem) e em nenhum momento "ensina a escrever errado". O Prof. Eraldo Maia lembrou que, no mesmo livro, a autora conduz o aluno a escrever de acordo com a Norma Culta. "Apenas se parte da variante popular para se chegar à Norma Culta", complementa Eraldo.

As professoras Mônica Cabral e Ione Moura lembraram que o reconhecimento das variantes populares é assunto antigo na Universidade. O linguísta Mattoso Câmara (leitura obrigatória para todos os alunos do Curso de Letras desde a década e 60) já abordava o tema. A Prof. Cristina Braga comentou a diversidade linguística do Brasil e lembrou que essa diversidade já está presente nos livros didáticos há muito tempo.

Salaibe

Para o prof. Marcos Salaibe a discussão não é científica: é ideológica. "Os meios de comunicação social, como a Globo, são responsáveis pela divulgação de vários tipos de preconceito, inclusive o preconeito linguístico. É muito simples! Todos vocês estranhariam se alguém aqui dissesse: 'amanhã nos vai dar aula...', mas ficariam quitinhos se a frase fosse 'A nível de macroeconomia, esse processo implica em mais gastos...' Ora, as duas frases estão erradíssimas, segunda a Norma Culta." E complementa: "O problema é que erros como 'a nível de' e 'implica em' são cometidos por quem tem dinheiro... aí, tudo bem!" - ironizou.

Participantes

Os professores Hélio Sant’ Anna, Cristina Braga e Fábio Coelho tambpem participaram do debate e trouxeram outros exemplos. Houve participação da plateia e o evento foi esclarecedor.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Professores em Cabo Frio: Onde estão os Prefeitos e Vereadores?

O SEPE organizou um dia de protesto na Praça Porto Rocha, para conscientização da comunidade sobre a greve dos professores estaduais.

Assista ao vídeo com a fala do Prof. Marcos Salaibe, gravado pelo "sempre alerta" Bloco do Clovis.



sábado, 11 de junho de 2011

Mais de 10 mil professores se unem aos bombeiros em greve





Sexta dia 10 os professores da rede estadual fizeram passeata da Candelária até o movimento dos bombeiros, na Alerj. Em greve até dia 14, são as principais reivindicações da categoria:

1 – Aumento emergencial de 26% (atualmente o salário inicial do magistério fluminense é cerca de R$ 700,00);

2 – Pagamento imediato do que resta do Programa Nova Escola (a previsão é pagar até 2015 – depois da saída do atual governador);

3 – Plano de cargos e salários para os funcionários administrativos.





Assista à reportagem da Rede Record (Região dos Lagos):