Bispa Joaquina, da Igreja Metodista em Moçambique
De todo o FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País), a moda agora é todo mundo de repente se tornar mestre em Português: certo grupo de pessoas quer derrubar a PRESIDENTA Dilma, enquanto um outro (ou o mesmo?) tenta jogar na fogueira da Inquisição todas as BISPAS evangélicas. Os "golpistas" tentam afirmar que o Prof. Pasquale diz que "presidenta" é errado, pois o "particípio ativo" é invariável. Já a turma da Inquisição vai na onda da EPISCOPISA, dizendo que BISPA é, no fundo, uma invenção dos infernos.
Os argumentos são fracos e anacrônicos. Tanto um quanto outro caso citam línguas mortas (Latim e Grego) para explicar o que existe em Português. É a mesma coisa que entender um elefante estudando o mamute fossilizado. Em primeiro lugar, deve-se registrar que "presidenta" é uma palavra tão antiga que está no dicionário desde 1899 e aparece no famosíssimo romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, do Machado de Assis. E está registrada, ao lado de "a presidente", no VOLP, da Academia Brasileira de Letras. Como se não bastasse, uma lei de 1956 determina o uso oficial de "Presidenta" ao se referir a órgãos públicos. Não há o que discutir.
Caso pior ainda é o da EPISCOPISA. Essa palavra foi inventada, mas sem uso prático na Língua. Desde que começaram a surgir as primeiras mulheres na função, tem-se adotado o termo "bispa", seguindo uma regra simples do Português: forma-se o feminino dos substantivos terminados em "o" trocando-o por "a". É o que ocorre em loba (de lobo), cachorra (de cachorro), prefeita (de prefeito) e... bispa (de bispo). Já o sufixo "ISA" forma o feminino em palavras cujo masculino termina com "a": poetisa (de poeta), profetisa (de profeta) e... papisa (de papa). No meu entender, falar mal das BISPAS é pecado!
Ou seja, ficar criando discórdia no que diz respeito à PRESIDENTA ou às BISPAS é puro preconceito linguístico e sexista. Será que essa turma acha que lugar de mulher é na cozinha?
Presidenta Dilma, eleita e reeleita, com feminino e tudo!
