sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais da metade dos alunos em atraso no Ensino Médio

Pesquisa da FGV revela que apenas 47% dos estudantes concluem curso na idade certa

POR MARIA LUISA BARROS

Rio - Nem a metade (47%) dos estudantes que ingressam no 1º ano do Ensino Médio conclui o curso dentro do prazo, aos 17 anos. É o que apontam duas pesquisas encomendadas pelo Instituto Unibanco à Fundação Getúlio Vargas (FGV) e à Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento de Ribeirão Preto. Os estudos chamam atenção para os gargalos do Ensino Médio em seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre), entre 2006 e 2009, e mostram que meninas negras, com pais escolarizados e que moram juntos em áreas urbanas, com computador em casa, têm mais chance de obter o diploma de Ensino Médio.

No outro extremo, pesquisadores verificaram que os adolescentes, brancos, com distorção idade-série e cujos pais não têm nível superior são os que mais abandonam os estudos.

PERFIL FAMILIAR

“O perfil familiar influi muito na permanência desse jovem na escola, até mais do que a necessidade de entrar no mercado de trabalho”, avalia o economista da FGV, André Portela. Para o economista da USP Amaury Gremaud, a qualidade da escola também é decisiva para manter o interesse nos estudos.

“Combater falhas de aprendizagem no Ensino Fundamental é o primeiro passo para reverter a crise no Ensino Médio”, aconselha o pesquisador. O estudo mostra ainda a relação direta entre abandono escolar e o fraco desempenho no Ensino Fundamental. Entre os alunos com as piores notas, só 70% conseguem ingressar no Ensino Médio. O percentual sobe para 97% entre os melhores alunos.

Para a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel, a crise do Ensino Médio trará consequências para o desenvolvimento do País: “É uma bomba-relógio, pois vivemos numa sociedade que exige o diploma do Ensino Médio como passaporte para o mercado de trabalho”.

Como escola e mestres pode ajudar

Especialistas avaliam como as escolas e os professores podem ajudar alunos mais propensos à evasão escolar a não abandonar os estudos.

Primeira missão: adaptar o Projeto Político Pedagógico de forma a prever ações para este público específico. Identificar e informar os professores sobre quantos e quais são os alunos nesta condição.

Outra atitude que pode gerar bons resultados é criar turmas mais homogêneas, nas quais o professor possa respeitar o ritmo do grupo sem prejudicar os demais.

Instituir programas de recuperação e reforço. Aproximar-se destes alunos, verificando quanto dos conteúdos apresentados estão conseguindo acompanhar.

Investir em trabalhos em grupo, fazendo a divisão das equipes de forma a distribuir alunos com maior dificuldade entre os estudantes com melhor desempenho.

Respeitar e compreender as dificuldades dos estudantes.

Fonte: O Dia


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um poema para Dilma



É com grande prazer que reproduzo o poema criado pelo prof. Eraldo Maia, feito em homenagem à Dilma Rousseff...
AOS TORTURADOS

tantas vidas sufocadas
tantos sonhos sucumbidos
tantos ideais ceifados
em meio às dores e aos gritos

tantas as vozes caladas
tantos projetos perdidos
sentimento amordaçado
aprisionado no abismo

mas agora os que buscaram
a redenção do oprimido
soltem-se assim das amarras
sentem-se de novo livres

porque a moça torturada
cumpre seu sempre destino
de construtora da estrada
onde eles passeiam vivos

por onde voltam pra casa
finalmente redimidos

Eraldo Amay (1º de novembro de 2010)


domingo, 21 de novembro de 2010

Igualdade Racial só daqui a 150 anos

Racistas picham momumento a Zumbi dois dias antes da Consciência Negra

Dona de um mercado que vai movimentar R$ 554 bilhões até o final do ano, a população negra tem o que comemorar. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda do negro brasileiro cresceu num ritmo duas vezes maior do que a dos brancos nos últimos três anos. De 2007 para cá, foram 38% de aumento contra 19% do outro grupo.

Mesmo assim, no Dia da Consciência Negra, a opinião de especialistas é a de que há pouco para se comemorar. Disfarçado, mas sempre presente, o preconceito racial ainda está entranhado na sociedade e nas relações de trabalho.

Hoje, os negros correspondem a pouco mais de 50% da população. No entanto, pesquisas do Instituto Ethos mostram que a inserção dos negros em cargos executivos não chega a 6%, enquanto a participação dos brancos é de 93,3%.

– A participação do negro tem crescido, mas se compararmos os dados com o total da população negra, ainda é muito pouco – alerta Jorge Abrahão, presidente do Ethos. – Se continuarmos nesse ritmo, as contas mostram que os negros terão igualdade racial apenas daqui a 150 anos.

Leia reportagem completa no Jornal do Brasil.