domingo, 31 de janeiro de 2010

O Brasil não é o Chile

A presidente do Chile tem mais de 80% de aprovação - no entanto, não fez o sucessor.
Esse caso vem animando a direita brasileira, que vê a possibilidade de derrotar a Dilma, o Lula e o PT nas próximas eleições.

No entanto, é bom entender o caso chileno:

1 - Desde a queda da ditadura Pinochet (que foi mais longa e mais forte que a ditadura brasileira) formou-se uma coalizão de dois partidos (o Partido Democrata Cristão - PDC) e o Partido Socialista (PS), formando uma força de centro-esquerda, chamada "Concertación".

2 - O acordo seria que haveria alternância no poder. O primeiro mandato foi do PDC, com Eduardo Frei; depois governaram os socialistas, com Ricardo Lagos e Michelle Bachelet. Pelo acordo, o PS deveria passar a batuta para o PDC. Eo Partido tentou fazer isso...

3 - Ocorre que Michelle e o PS era o "PT" deles. O governo avançou nas questões sociais e no desenvolvimento do país. Contudo, o candidato do governo foi o mesmo Eduardo Frei (PDC), que foi uma espécia de "Fernando Henrique" deles...

4 - Parte da esquerda não aceitou devolver o Chile ao PDC (o "PSDB" deles) e deu no que deu: ganhou o candidato que havia sido ministro de Pinochet - o "DEM" deles.

Recentemente (na época das eleições) minha igreja enviou cerca de 40 missionários ao Chile e eles foram evangelizar um superbairro muito pobre chamado La Pintana. Todos foram unânimes em afirmar que a população mais pobre ficou apreensiva e preocupada com a derrota de Frei.

Aqui a coisa é diferente. O governo vai bem e a candidata é do PT.

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