quarta-feira, 8 de abril de 2009

O poço, os nobres e o príncipe

O sol escaldante do deserto não os afligia totalmente, em virtude da nuvem que estava sempre sobre o acampamento. Mas o calor era insuportável. No meio da multidão, que assistia a tudo um pouco confusa, o velho homem cantava e dançava, apesar da idade bem avançada. Seus olhos destilavam alegria e seu rosto, brilhante, afirmava sua confiança no que fazia.

O velho dançava e cantava para um buraco – que ele insistia em chamar de poço, recentemente cavado no meio da terra ressecada. Alguns dos homens que cavaram o “poço” ainda estavam dentro do buraco, esperando a reação, outros, em pé ou sentados, ficaram por ali. Mas todos esperavam e confiavam.

Se não fossem as roupas finas e os cetros de ouro que cada um empunhava, não daria para perceber que eram nobres. Estavam sujos, empoeirados, cansados... mas felizes. Compartilhavam da mesma estranha alegria do velho, que continuava dançando e cantando uma melodia muito simples, repetindo a frase “brota, ó poço!”.

Não se sabe ao certo quanto tempo passou até que um menino gritou “tá brotando!” e o burburinho cresceu rapidamente. A água surgia da terra, enlameada a princípio. Logo jorrava com força. Os nobres e a multidão se agitavam. Urros de alegrias ecoaram pelo deserto. A dança agora era geral; todos louvavam a Deus e cantavam que o poço tinha brotado. Por algum tempo até se esqueceram do cansaço, da sede e do calor.

Acima da multidão a nuvem permanecia firme e, à sua frente, uma coluna de fogo protegia todo aquele povo. No seu alto trono, o próprio Deus compartilhava a alegria do povo, e dava urros de alegria.

O povo que saíra do Egito tinha ganho mais uma batalha e se fortalecido. Eles aprenderam a confiar em Deus e a obedecer sua palavra. Logo teriam sua sede saciada e esse acontecimento estaria marcado para sempre em suas vidas.

Interessante, em tudo isso, é que o príncipe Moisés e os nobres de cada tribo tiveram de se arriscar antes. Não se importaram com suas posições sociais e se fizeram de ridículos. Obedeceram a Deus. Enquanto Moisés dançava, os nobres se arrastaram no chão empoeirado e seco e, com seus próprios cetros (símbolos do poder) cavaram o poço.

Em uma época de crises, de violência e de desânimo, tudo o que precisamos são líderes dispostos a ouvir e obedecer a Deus. Líderes que não se incomodam em se misturar com o povo e “cavar o poço”. E realmente temos muitos poços a cavar. Poços que brotem esperança, honestidade, competência... essas qualidades que devem existir sobretudo no serviço público. Esperemos que nossos nobres encarem 2009 como o ano da oportunidade de saciar a sede do povo. Deus também espera isso.


Referências: Números 21: 16-18; Salmos 66:1; Salmos 98:4; Jeremias 25:30; Salmos 59:8; Salmos 2:4.

Publicado em www.caminhodesantidade.com.br

Um comentário:

  1. Amei a mensagem! Acredito que me estimulou a pensar no nosso município e na situação em que ele se encontra. Aprendi que:

    A adoração deve acontecer antes do milagre.
    Teremos que cavar, isso quer dizer, que para o milagre acontecer, talvez tenhamos que cavar, que trabalhar, que agir. Mesmo quando , pensamos que é impossível, devemos cavar e cavar fundo. Mesmo que não vejamos nada diferente acontecendo a nossa volta, não ouvindo o som das águas, devemos perseverar sem preguiça, sem poupar esforços, porque as águas vão chegar. Mesmo que estejamos vivendo no deserto (diversas situações), mesmo que olhando em volta, a situação, pareça não ter solução, Deus faz!

    Parabéns pelo Blog, ta Muitoooo bacana!

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